Conversamos com Duda Izique, coordenador na EBAC e diretor da produtora The End

18 abril 2017 Duda Izique, coordenador do curso de especialização em Edição de Filmes, é Diretor e Produtor Executivo na The End. Ele conversou conosco sobre sua carreira, sua produtora e seu curso na EBAC.

Izique conta que sua trajetória profissional começou como a da maioria das pessoas de sua área, sendo estagiário em edição de filmes. Segundo ele, no início mal sabia ligar o computador e seu primeiro trabalho foi digitalizar e organizar todo o material para a edição do documentário “Fabricando Tom Zé”. Depois disso, ficou quase 2 anos ajudando Letícia Giffoni como assistente de edição em filmes como “Caixa Dois” e “Última Parada 174”.

O grande salto veio quando foi convidado para coordenar a pós-produção do filme “Besouro”, posição que exerceu pelos 10 anos seguintes, atuando em mais de 30 longa metragens e mais de 20 séries de TV.

Mas a grande mudança ainda estava por vir. Em 2012 o setor audiovisual estava em ebulição devido a implementação da lei que obriga os canais da TV a cabo a exibirem programas produzidos no Brasil. Como resposta a essa demanda, Duda fundou a The End, “um espaço totalmente dedicado a edição e pós-produção de filmes e séries de TV”.

“As produtoras começaram a desenvolver conteúdo original e não possuíam know-how para dimensionar a pós-produção de produtos desse tamanho. A The End passou a oferecer esse serviço. Foi um crescimento natural e por isso não enfrentamos grandes dificuldades. Outra vantagem é poder estar diariamente em contato com artistas e pessoas criativas. Circulam pelas nossas salas de edição diretores, roteiristas e produtores que admiramos. Profissionais generosos que permitem que a gente contribua criativamente no desenvolvimento de seus projetos. E isso não tem preço” relata Duda.

Segundo sua própria experiência, o mercado audiovisual brasileiro se transformou em uma verdadeira indústria. Só em 2016 a The End editou e entregou 126 episódios e 4 filmes. Para Duda, hoje em dia, muito mais do que artistas talentosos, o segmento procura profissionais que dominem técnicas, linguagens e repertório.

Desta forma, ele conta que pretende incentivar seus alunos, inspirando-os a construírem sentimentos e sensações nos seus trabalhos: “o editor nada mais é do que um contador de história. Estudar edição é estudar maneiras de se contar histórias. Nós manipulamos emoções. Fazemos o espectador rir, chorar, sentir medo. Manipulamos o tempo, podendo viajar 20 séculos com um corte bem feito”.

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