Alceu Baptistão, referência em animação e efeitos visuais, divide suas experiências com a gente

Alceu Baptistão é Sócio Diretor e Fundador na Vetor Zero/Lobo e professor do curso de especialização em Motion Design da EBAC.

Mestre em Efeitos de Computação Gráfica e referência no mercado, Alceu conversou conosco sobre sua trajetória e sua experiência na evolução dos efeitos visuais no meio audiovisual.

Alceu conta que o Brasil sempre esteve à frente do resto da América Latina em produção e tecnologia na área da computação gráfica e efeitos visuais. Segundo ele, o mercado nacional começou a se desenvolver na década de 1980 e, atualmente, o país “é uma incubadora de profissionais de altíssimo nível, que encontram facilmente trabalho nas maiores produtoras de VFX nos EUA, Canadá, Europa e Nova Zelândia”.

“Já podemos observar aqui o começo do desenvolvimento na produção de efeitos visuais e animação para o que chamamos de 'conteúdo', ou seja, produções de entretenimento para exibição em cinema, TV e internet. Tradicionalmente, esse tipo de trabalho dispõe de verbas bem menores do que oferece a publicidade, o que torna mais difícil o investimento nesse tipo de produção. Apesar de estarmos ainda atrás das grandes produtoras de Hollywood nesse campo, temos esperanças de que esse mercado evolua, e se torne capaz de sustentar empresas de maior porte e capacidade de produção”.

Em sua trajetória, o profissional relembra o tempo em que a animação em computador era uma tecnologia quase experimental, caríssima e ainda muito limitada, proporcionando efeitos muito aquém das expectativas em “imagens reais” que o mercado buscava. Já hoje em dia, com a facilidade em se obter representações muito convincentes do mundo real, o desafio, no ponto de vista de Baptistão, é um profissional que saiba aliar bom gosto e senso estético às suas criações.

Em se falando de perdas e ganhos com a evolução dos programas gráficos, Alceu afirma que “existe um ganho fundamental com o advento da produção de efeitos digitais, que é a possibilidade de criar, de forma verossímil, praticamente qualquer coisa que se possa imaginar, produzindo diretamente em 2D e 3D, ou alterando imagens filmadas. A capacidade de experimentação aumentou brutalmente. A principal perda, foi do deslocamento do processo de criação para o final do trabalho. A necessidade que havia de um esforço de concepção, um estudo aprofundado da criação, da decupagem, do desenvolvimento da ação, antes de iniciar a produção, hoje quase que desaparece, substituída pela criação 'on the flow', ou seja, vai-se criando a peça à medida que ela vai sendo produzida”.

Considerando toda essa experiência, em seu curso, o professor diz que pretende transmitir aos alunos suas experiências, relatando situações reais vividas e os truques utilizados para resolver os desafios experimentados, “espero transmitir aos alunos meu amor pelo que faço e demonstrar que, mesmo com o stress, nosso trabalho pode ser uma grande diversão.”

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