Compositing pede profissional versátil, com repertório e boa visão de cena
O compositing (ou composição digital) é a etapa entre a fase intermediária e final da pós-produção de um filme ou vídeo. As tarefas de composição geralmente envolvem a combinação de vários elementos visuais diferentes, de diferentes fontes, numa única imagem. O desafio é, então, combinar esses elementos criando a ilusão de que foram filmados em tempo real, na mesma cena.
“Costumo dizer que o compositing é o funil da pós-produção”, diz Cristian Cesar Cunha, coordenador do curso de Composting da EBAC e diretor da Bossa Nova Animation.
O profissional que atua nesta função vai centralizar todas as áreas da pós-produção, limpar ou corrigir elementos da cena. Por isso, precisa entender um pouco de edição, de 3D, entre outros, para poder circular e dialogar com as pessoas dessas áreas.
"Todo o material filmado vai parar nas mãos de quem faz o compositing. Por isso, para ser um bom profissional da área é preciso desenvolver o olhar, perceber as coisas. Quem quer trabalhar com isso tem que conhecer fotografia, vídeo, pintura, saber olhar a imagem. Não é para ser bom em tudo, mas tem que conhecer bem a imagem. Mais que o aspecto técnico, porque isso se aprende, a percepção é importante. E é por essa visão do todo que quem atua nessa função pode virar um diretor, diz Cristian".
O curso que ele comanda na EBAC a partir de setembro vai desenvolver o aspecto conceitual e técnico da composição digital, e é interessante para quem já lida com imagem digital, seja fotografia ou vídeos.
O objetivo é que os alunos saiam do curso podendo mostrar versatilidade, boa visão da cena e estejam prontos para resolver os problemas da produção, características que o mercado valoriza.
Compositing no cinema
"Boa composição é aquela que você não percebe”, diz Cristian. Hoje, ele acredita que o mercado está em uma fase na qual “com dinheiro e tempo, é possível fazer o que a gente quiser na pós-produção”.
É claro que um bom orçamento conta, mas nem sempre ele garante 100% da qualidade. “Por exemplo, a gente costuma brincar com o filme Tróia (2004). É um filme com bons feitos, mas quando chega no final, em uma cena onde se vê a cidade de cima, a gente diz que parece que acabou o dinheiro, porque ficou horrível”, diz Cristian.
Para quem quer pegar bons exemplos de compositing no cinema, ele cita a franquia Harry Potter, Planeta dos Macacos, Transformers, e ainda, Ben Hur (1959), Blade Runner (1982) e Jurassic Park 1 (1993), “que embora não tivessem toda a tecnologia que hoje os estúdios tem à disposição, você assiste sem perceber a composição".
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