Foto/Divulgação: Netflix

Séries e animações brasileiras: o streaming é o caminho?

Um mercado em plena ascensão e ganhando cada dia mais destaque aos olhos do mercado mundial, as séries e animações brasileiras já fazem parte do cotidiano das pessoas. Para 2019, esse número pode ser ainda maior. Só a Netflix já tem uma lista de produções brasileiras previstas para estrear: Coisa Mais Linda, Niño Santo, Spectros, Sintonia, Ninguém Está Olhando, Cidades Invisíveis e A Facção. Seria o streaming o caminho da produção de séries e animações brasileiras?

"Acredito que estamos vivendo o momento mais promissor para o desenvolvimento do mercado nacional, uma vez que o aumento de demanda traz mais atenção e credibilidade para este mercado, consequentemente mais público e consumo é gerado, criando uma relação de retroalimentação entre consumo, produção, distribuição, incentivos, anunciantes e fontes de financiamento. E, gradativamente, está acontecendo também uma maior aceitação do público brasileiro ao conteúdo nacional", diz Cristian Cunha, coordenador do curso de Animação, Games e VR: Fundamentos da EBAC.

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Série: Coisa Mais Linda. Foto/Divulgação: Aline Arruda/Netflix
Outro número ajuda a confirmar a curva de crescimento do streaming e a entender o comportamento dos brasileiros. Segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, de 2018, que ouviu 2 mil brasileiros que acessam internet e têm smartphone, um terço dos usuários de aparelhos móveis paga por streaming.

"Além do Netflix, a Amazon Prime está chegando no Brasil e a Disney deve lançar o deles também. O streaming é um novo espaço a ser explorado e os títulos avaliados pela quantidade de visualizações. As séries mais populares podem ser renovadas e os produtores ganharão confiança para desenvolver novos conteúdos", comenta Fabiano Broki, coordenador do curso de especialização em Motion Design da EBAC.

Dados do site Statista, que reúne números sobre negócios, o Brasil possui aproximadamente 60 milhões de usuários (de vídeos on-demand) e a previsão é que a receita no ano de 2019 supere os 420 milhões de dólares. Falando de Netflix, o Brasil é um importante player para o serviço: em 7 anos operando no país, a plataforma tem mais de 6 milhões de assinantes brasileiros e faturamento em torno de R$ 1,2 bilhão, segundo dados de 2018.

Outras empresas internacionais de mídia também já acordaram para o streaming. É o caso de Disney (lançou o ESPN+, voltado ao esporte), HBO (HBO Go, que você assina pela internet ou baixado o aplicativo), Sony (com o Crakcle, que traz programas de TV e filmes do canal) e Fox (Fox Mais).

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Série: O Mecanismo. Foto/Reprodução: Netflix
Do lado de quem faz: o que muda do streaming para TV?
Para quem está produzindo, pouca coisa muda na hora de fazer uma série para plataformas de streaming. Os principais diferenciais são os públicos e como consomem a programação. Cristian explica que na TV aberta ou paga, o público tende a ser mais velho e o conteúdo se encaixa em uma grade pré-definida, com comerciais inseridos entre a programação e em horários fixos. Já no conteúdo online, os espectadores tendem a ser mais jovens e os produtos estão disponíveis para você assistir a qualquer hora e lugar, pela TV, computador ou celular.

Mas, um fator que é visto como vantagem nas produções online é a liberdade para o roteiro. “Os públicos são mais receptivos e não há restrições de linguagem como nas TVs. Outro ponto importante está relacionado ao modo como são apresentados os anunciantes e patrocinadores. Os produtores precisam encontrar formatos criativos para inserir as marcas em seus conteúdos de maneira que não gerem relações negativas com as marcas apresentadas”.

Broki vê como vantagem do streaming a contratação do serviço direto dele, diferentemente da TV a cabo com pacotes de canais. “O serviço também consegue analisar o que o usuário assiste e o que digita nos campos de busca para produzir conteúdo original, sugerir títulos semelhantes ou ainda fazer as parcerias para disponibilizar títulos de outras produtoras/distribuidoras”. Já o principal fator contra, para o professor, “é que você não tem um catálogo disponível e por analisar os seus dados, ele tenta prever o que você gosta e logo você se encontra numa bolha com os mesmos resultados”.

Animação nacional: boom no cinema x TV
Incentivos e novas plataformas fizeram com que nos últimos anos a animação brasileira vivesse um boom de produções espalhadas pela TV paga, cinema, internet. Alguns nomes de sucesso para refrescar a mente: O Menino e o Mundo, Vivi Viravento, Irmão do Jorel, As Aventuras de Gui e Estopa, Historietas Assombradas e Tito e os Pássaros, filme indicado para disputar o prêmio Annie, considerado o Oscar da animação.

Como ter mais espaço no streaming? Para Broki, parcerias entre os serviços e produtoras já estão acontecendo para estimular a produção. “Um exemplo é o caso do Cupcake e Dino da Entertainment One e Birdo que era um estúdio de animação com foco em publicidade, videoclipes e curtas e passou a produzir séries para os canais de TV a cabo (Cartoon Network, Nickelodeon, etc) e online (Youtube)”.

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Imagem do filme O Menino e o Mundo
Entre fatores que facilitam o lado brasileiro nessa área está o fator econômico. "O dólar alto influencia diretamente na produção pois o custo de equipamentos importados que por serem caros, faz com que se use muita criatividade para os projetos ficarem leves e com acabamento e história originais. Outro fator é que, justamente, pelo dólar ser alto, fica mais barato contratar os nossos serviços se você está no exterior. O Brasil é um país com uma cultura muito rica onde temática não falta", diz Broki.

Para quem quer apostar no formato, Cristian diz que não há uma receita exata para ter mais chance de sucesso, porém alguns elementos precisam ser realizados. “O projeto precisa ter substância e ter um desenvolvimento robusto. Quanto mais completo o projeto a ser apresentado, maior a chance de aprovação. Não basta somente a ideia”, diz.

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Imagem da animação Irmão do Jorel
A carga é pesada já que as produtoras precisam desenvolver a maior parte dos diversos elementos que compõem um projeto de animação e programar a estrutura necessária para o desenvolvimento destes projetos, pois, de modo geral, uma série de 26 episódios pode levar até 2 anos para ficar pronta. "As produtoras estão aguardando ansiosas pela chegada de outras plataformas e elas já vem se preparando para isso, seja no sentido criativo sejam nas áreas técnicas”, diz Cristian. O êxodo de profissionais, aliado ao aumento da quantidade de produções e à carência na formação de novos especialistas faz com que haja um déficit no mercado. A EBAC trabalha com a formação de qualidade e adequada para estas demandas”, completa ele.

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A EBAC sempre atenta e acompanhando as tendências do mercado criativo, têm os cursos certos para quem sonha em trabalhar com animação, edição de filme, efeitos especiais, realidade virtual, entre outros, e ingressar na área de Digital Animation. Confira quais são os cursos que ofereceremos nessas áreas:

Graduação
Year Zero: Computer Graphics and Film Production
BA (Hons) 3D Computer Animation & Modelling
BA (Hons) 2D Animation & Character for Digital Media
BA (Hons)Visual Effects for Film and TV


Especialização
Edição de Filme
Motion Design
Animação, VFX, Games e VR: Avançado

Iniciação
Computação Gráfica: Fundamentos
Preparatório para Graduação: Computação Gráfica